Pretende-se, com este estudo, promover uma reflexão filosófico-crítica a respeito da liberação de pesquisa em saúde no Brasil com pessoas hígidas, de acordo com a proposta de alteração da Resolução 196/1996, que foi aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde, através da Resolução 466, de dezembro 2012. Tal resolução admite a possibilidade de ganhos financeiros, ou seja, pagamento aos voluntários sadios para participarem de “pesquisas clínicas de Fase I ou de bioequivalência”, conforme se lê no item II.10 da CNS-466/2012. Faremos uso (...) de Teorias Críticas Latino-Americanas no sentido de discutir um viés, em específico, a do discurso científico, a do logos, sobre a relação da vida humana, da bíos, do convite à voluntariedade e da contribuição do voluntariado nos avanços tecnológicos na área da saúde. Igualmente, analisam-se outras questões referentes à pessoa humana, sendo: relação do participante, recrutado, não paciente; princípio da dignidade humana e sua compatibilidade com pesquisas que envolvam seres humanos; olhar decolonial sobre os possíveis discursos dos centros, cuja parte do objeto de estudo é o recrutado, o participante sadio, que não é do centro, mas é o outro, na maioria das vezes, o necessitado economicamente. Palavras-chave: Educação. Ética. Pesquisa. Decolonialidade. (shrink)

Stratified properties such as ‘happy unhappiness’, ‘ungrounded ground’, ‘fortunate misfortune’, and evidently ‘true falsity’ may generate dialetheias (true contradictions). The aim of the article is to show that if this is the case, then we will have a special, conjunctive, kind of dialetheia: a true state description of the form ‘Fa and not Fa’ (for some property F and object a), wherein the two conjuncts, separately taken, are to be held untrue. The particular focus of the article is on happy (...) unhappiness: people suffering from (or enjoying) happy unhappiness (if there is some situation or state of mind of this kind) cannot be truly said ‘happy’ or ‘unhappy’, but we can say they are both. In the first section three cases of conjunctive stratification are presented; in the second section the logic of stratified contradictions is explored. The last section focuses on eudemonistic ascriptions: stated that a is happy to be unhappy (or unhappy to be happy), should we say a is happy? unhappy? both? neither? (shrink)

L’Epistola ad V. C. de Henry More ( Epistola H. Mori ad V.C. quae Apologiam complectitur pro Cartesio, quaeque introductionis loco esse poterit ad universam philosophiam cartesianam ), publiée plusieurs fois du vivant de More, a toujours été lue, par les commentateurs, essentiellement comme une étape, tout à fait centrale, dans l’histoire des relations de More à Descartes. C’est une thèse interprétative que je partage, mais à laquelle je voudrais essayer d’ajouter une perspective de lecture. Je voudrais montrer que l’Epistola, (...) si elle est considérée dans toutes les étapes de son histoire éditoriale, peut être lue, davantage que comme une étape, quoique capitale, comme un condensé de l’histoire du changement d’attitude de More par rapport à Descartes. En effet, l’histoire des péripéties éditoriales qui la caractérisent reproduit à petite échelle l’histoire complexe du rapport de More à la philosophie cartésienne et, en même temps, permet de mieux l’éclairer. (shrink)

Forty years af ter the cold-bloo ded as sas - si na tion –or de red by the CIA– of Ernes to (Che) Gue va ra, (im pri sio ned and still ali ve in Bo li - via), a symbo lic let ter to him is writ ten by a do - mi ni que priest –Frei Bet to– a Bra zi lian, which re sult sin a sort of `act-of-so rr..

Is it possible truthfully to assert the non-existence of truth? It is a classical problem whose solution is still controversial. I present here an analysis of the sentence “there is no truth” (and its translations and paraphrases, such as “no proposition is true”, “every proposition is false”), with some remarks about its epistemological and ontological implications, and its consequences tor a general theory of reason.

A história da humanidade tem repetidamente mostrado que um egoísmo silencioso apenas espera a oportunidade para se manifestar. Seja no plano político, seja nas questões éticas que envolvem pesquisas com seres humanos, é significativo apontar que a busca de novos conhecimentos científicos não pode prescindir de uma ética responsável nas suas próprias atividades. E se as ciências, sejam as biomédicas, sejam as de humanidades, transformam participantes das investigações em objetos de seus experimentos, por suas especificidades científicas, então não restará muita (...) coisa para fazer com as sobras das pesquisas. Discussões acerca da reflexão ética são imprescindíveis, motivo pelo qual o controle social da pesquisa com seres humanos, é parte constituinte que assegura os direitos e deveres dos participantes e pesquisadores envolvidos na investigação científica. (shrink)

RESUMO: o artigo visa propor uma breve reflexão sobre a doutrina das sensações em Santo Agostinho, a partir do Diálogo sobre a música. O De musicaé considerado um grande projeto agostiniano no âmbito das artes liberais resultante de seu magistério de retórica durante sua estadia em Milão. Nele podemos identificar elementos importantes para se pensar uma ‘estética’ agostiniana, com bases nas estruturas mentis neoplatónicas, cujo enfoque maior se dá no carácter ascensional da alma e seus sentidos. Na concepção neoplatónica assumida (...) por Agostinho, através da impressão sensorial produzida nos órgãos corpóreos, a alma vê o rastro das formas inteligíveis, neste âmbito a própria sensação, como escreve Agostinho, nos conduz para a contemplação do inteligível. E assim, ao modo como a sensação se produz na alma, Plotino também interpreta como atividade da alma, a memória, os sentimentos, as paixões, as volições, e tudo que a ele se liga. As nossas anáises centralizam-se somente no livro sexto, onde Agostinho fixa a sua exegese no itinerário da alma a Deus, numa gradual ascensão que parte desde a educação dos sentidos, isto é, a audição, a visão, perpassa a conversão do olhar até alcançar a trancendentalização perceptivo-sensorial, demonstrando que os movimentos da alma estão em analogia às harmonias e ritmos da música. De acordo com Agostinho, os ritmos da sensação são realizados pela memória porque mesmo no silêncio e sobretudo no sono recordo as paixões da alma no corpo como se a alma estivesse em plena atividade resistindo ou consentindo as paixões do corpo. Palavras Chaves: Agostinho. Sensações. Neoplatonismo. Musica. Deus. (shrink)

1. The label conjunctive paraconsistency has been adopted to mean a consequence relation whereby ‘p and not p’ does not imply ‘p’ and ‘not p’ separately, so that Simplification in case of contradic...

This article is a preliminary presentation of conjunctive paraconsistency, the claim that there might be non-explosive true contradictions, but contradictory propositions cannot be considered separately true. In case of true ‘p and not p’, the conjuncts must be held untrue, Simplification fails. The conjunctive approach is dual to non-adjunctive conceptions of inconsistency, informed by the idea that there might be cases in which a proposition is true and its negation is true too, but the conjunction is untrue, Adjunction fails. While (...) non-adjunctivism is a well-known option, the other view is not so much studied nowadays, but it was not unknown in the tradition, and there are some positive suggestions, in recent literature, that the position is plausible and deserves to be developed. The article compares conjunctivism, non-adjunctivism and dialetheism, then focuses on some possible justifications, costs and benefits of the conjunctive view. (shrink)

This volume contains essays that examine infinity in early modern philosophy. The essays not only consider the ways that key figures viewed the concept. They also detail how these different beliefs about infinity influenced major philosophical systems throughout the era. These domains include mathematics, metaphysics, epistemology, ethics, science, and theology. Coverage begins with an introduction that outlines the overall importance of infinity to early modern philosophy. It then moves from a general background of infinity up through Kant. Readers will learn (...) about the place of infinity in the writings of key early modern thinkers. The contributors profile the work of Descartes, Spinoza, Leibniz, and Kant. Debates over infinity significantly influenced philosophical discussion regarding the human condition and the extent and limits of human knowledge. Questions about the infinity of space, for instance, helped lead to the introduction of a heliocentric solar system as well as the discovery of calculus. This volume offers readers an insightful look into all this and more. It provides a broad perspective that will help advance the present state of knowledge on this important but often overlooked topic. (shrink)

In this paper, I address the controversy between Henry More and René Descartes on the indefinite extension of the world. I provide a new reading of Descartes’ famous final answer of 15 April 1649. I read the entire debate in the terms of a disagreement concerning the epistemological status of the necessity of our judgement about the extension of the universe. Accordingly, the disagreement on the infinity of the world constitutes a case of a more general disagreement on the nature (...) of the necessity of the theorems of Cartesian Physics. In particular, as concerns Descartes’ last reply, I argue that his assertion that a finite world is contradictory should be interpreted as a reply to More’s claim that the thesis of the infinity of the world, in so far as it cannot be grounded on the identity between matter and extension, does not express a logical necessity. Descartes’ assertion of the logical impossibility of a finite world, far from being, as it has always been read, a concession he made under the pressure of More’s objections, expresses the more radical element of the entire debate about the extension of the universe. (shrink)

Essa reflexão visa debruçar-se sobre a questão da esperança movida pela interpelação advinda do fato de estarmos a iniciar um ano novo, em meio aos tempos sombrios marcados não apenas pela trágica questão sanitária global da pandemia da Covid-19 que tem ceifado milhões de vidas e trazido o sofrimento a outros tantos milhões de pessoas, mas, sobretudo, por estarmos a assistir a uma exacerbação da Necropolítica enraizada em todas as dimensões da vida social, política, econômica, cultural, religiosa etc., a nível (...) local e planetário. Essa situação não deixa de expressar certo desespero de Ser o que somos na contemporaneidade, sobretudo se o referimos aos negacionismos e aos discursos de ódio movidos pelo thanatos ou pela pulsão de morte que se fazem cada vez mais presentes em nosso meio. Essa decepção, porém, não nos exime de tomá-la no avesso do avesso do desespero graças à inesperada e contínua emergência da alteridade, no próprio bojo do drama de nossa existência, bem como na visitação do outro humano. Levando-se, pois, em conta a irrupção da alteridade em meio non-sens, trata-se de propugnar uma sabedoria por-vir que se instaure no âmago da existência, contrária à concepção de temporalidade fundamentada na ideia de escatologia da História, de futuro, de destino/fim calcados na Razão e associados ao tempo fugidio dos relógios. Em contraste com essa visão essa reflexão pretende apresentar outra maneira de pensar a eternidade do tempo a partir da espera da alteridade na contemporaneidade, tendo-se em mente a fecunda contribuição da escritura literária como lugar da produção de sentido em consonância com a novidade da ética/linguagem advinda de uma Filosofia outramente do Rosto. Palavras-chave: Esperança, Alteridade, Linguagem, Ética, Temporalidade. (shrink)

El presente artículo desea reflexionar, por un lado, sobre la necesidad de una formación integral de los agentes sanitarios, que contemple la dimensión espiritual; y, por otro lado, sobre la necesidad de una mejor preparación de los agentes religiosos que trabajan en hospitales y centros de salud, para que en sus intereses y preocupaciones por los enfermos, se eviten las dicotomías en nombre de la fe o en nombre de la razón. La promoción del diálogo entre razón y fe reduce (...) la distancia entre las ciencias y evita el divorcio entre la praxis de la fe y la praxis de la ciencia, revelando que, a pesar de ser distintas por sus grados de certeza, pueden estar próximas por el objeto: la búsqueda de la verdad que libera al ser humano de todas las formas de injusticia y opresión, generadoras de malestar y enfermedades sicosomáticas. This paper intends to reflect, on one hand, the need for an integral education of healthcare agents, that addresses the spiritual dimension; and, on the other hand, the need for a better preparation of religious agents that work in hopitals and health centers, so that, in the interest and concern for sick people, dichotomies in the name of faith or in the name of reason are prevented. The promotion of dialogue between reason and faith shortens the distance between sciences and avoids a divorce between praxis of faith and praxis of science, showing that, despite the different degrees of certainty, may be close by the object: the search for the truth that liberates human beings of all forms of injustice and oppression, disease generators and psychosomatic illnesses. (shrink)

Este trabalho tem o objetivo de examinar duas características imprescindíveis no desenvolvimento do liberalismo para o neoliberalismo, a saber, as relações entre mercado e Estado e o aparecimento do chamado homo oeconomicus. Dito de um modo mais preciso, naquilo que Foucault chama de governamentabilidade, a arte de governar do liberalismo, em tal racionalidade, em tal prática, em tal exercício de governo, este trabalho, este estudo tem por objetivo buscar saber quais são os efeitos desta passagem: do liberalismo ao neoliberalismo. Para (...) tal intento serão dois os pontos a serem examinados, a saber, as relações entre o mercado e o Estado e o aparecimento do chamado homo oeconomicus. A tensão existente entre as subjetividades dos cidadãos que compõem o Estado e a mínima administração deste. Isto é, de que forma o mercado, as relações de mercado se entrelaçam ou adentram nesta tensão. Equivale, portanto, questionar quem detêm o poder na governamentabilidade liberal: o Estado ou o mercado? As relações sociais no modelo de mercado econômico que outrora eram de troca, passam a ser relações de concorrência. Assim, a concorrência nas relações humanas propicia o desenvolvimento do chamado capital humano. E, para firmar, solidificar ou pactuar estas relações sociais, o direito e a economia consolidam um casamento perfeito. Deste modo, sociedade civil e o homo oeconomicus fazem parte de um conjunto chamado tecnologia da governamentabilidade liberal. Gerenciar ou governar passa a ser modelar as subjetividades que a compõem. Ou seja, governar, no modelo neoliberal, significa administrar as subjetividades que estruturam o Estado. No entanto, este „governar? significa, tão somente, gerenciar o chamado capital humano – o ser humano que investe em si mesmo. (shrink)

In order to demonstrate the great importance of Philosophy in the elaboration of current scientific theories, a parallel was drawn between concepts of pre-Socratic Philosophy and current modern theories. Thus, throughout this essay, the convergences between some elaborations developed by philosophers and their reinterpretation from a scientific point of view, supported by the scientific method and the present technological apparatuses, were exposed. In this sense, having as its core the reflection about the atomic theory of Leucippus and Democritus, we investigate (...) the way in which atomism dialogues with the modern Atomic Theory to the Quantum Theory, through concepts of Kosmos and Cosmology. In a second moment, origin of life theories were revisited from the pre-Socratic concepts of Psykhe. Finally, Philosophy and Science are brought together as possible and complementary tools for the restoration of the amplification of thought and investigative processes. (shrink)

The article tries to outline a general theory of context, by answering four questions: 1.why the concept of context is important? 2. what is usually meant by this term? 3. which metaphysical reasons have led to the relevance of context, in any tendency of contemporary philosophy? 4. which are the reasons, limits and mistakes of negative contextualisms ? The basic idea is that the concept of context is a good opportunity, more than a thread or limit, for philosophical theory.

Esistono metodi filosofici? L’articolo si propone di rispondere alla domanda dapprima mettendo in discussione l’idea che la filosofia sia un’attività ‘extrametodica’, poi esaminando i principali metodi e tecniche messi a punto dalla filosofia contemporanea. Si perviene così a una definizione di filosofia come tentativo di risolvere problemi ‘fondamentali’, che, perciò, procede servendosi di diversi metodi, ciascuno dei quali basato su diverse ‘supervalutazioni’ di tesi relative a concetti tipici, quali ‘realtà’, ‘verità’, ‘conoscenza’.Are there philosophical methods? The article tries to answer this (...) question, at first by discussing the idea of philosophy as an ‘extra-methodical’ activity, then by examining the principal techniques and methods worked out in contemporary philosophy. A definition of philosophy as an attempt to solve ‘fundamental’ problems is also assumed. Such an attempt, is argued, is usually developed by using different methods, each of them depending on different ‘supervaluations’ of theses concerning reality, truth, knowledge, and other typically philosophical concepts. (shrink)

Os escritos de Nicolau Maquiavel foram lidos por várias pessoas de modo não confessional desde a sua divulgação. Indícios apontam que os ingleses tiveram acesso as suas obras já no reinado de Henrique VIII, ainda que de forma restrita à elite inglesa, que tinha familiaridade com o idioma italiano. Decerto que as obras do florentino ofereceram uma sólida contribuição ao pensamento político inglês, o que, por sua vez, estimulou uma reflexão crítica ao fenômeno político, bem como aos valores vigentes, pois, (...) como se sabe, suas ideias serviram de inspiração para muitos escritores. A bem da verdade, cotejando as produções inglesas, principalmente após a guerra civil, sente-se a influência de Maquiavel. David Hume, que viveu entre 1711 a 1776, dois séculos depois da circulação dos escritos na Inglaterra, quando o florentino já era um referencial ali, não tinha como desconhecer as contribuições dos escritos políticos de Maquiavel, já que uma série de autores faziam referência diretas a ele, muitos dos quais, comentados pelo escocês. Em uma época em que era pernicioso fazer menções louváveis ao pensamento do florentino, há vestígios de que Hume usou estratégias para colocar suas posições próximas, e dado aos indícios encontrados neste escrito, defende-se a posição de que a familiaridade do escocês com os textos de Maquiavel era grande, visto que ele conhecia bem o “corpus machiavellicus”. (shrink)

In his Lectures on the History of Philosophy, Hegel develops a subtle analysis of Megarian paradoxes: the Liar, the Veiled Man and the Sorites. In this paper, we focus on Hegel's interpretation of...

My discussion addresses the differences between analytic and continental philosophy concerning the use of logic and exact reasoning in philosophical practice. These differences are mainly examined in the light of the controversial dominance of Hegel's concept of logic (and theory of concept) in twentieth-century continental philosophy. The inquiry is developed in two parts. In the first (Sections 1-2), I indicate some aspects of the analytic-continental divide, pointing to the role that the topic 'logic and philosophy' plays in it. In the (...) second part (Sections 3-6), I give a short account of the views of logic which are typical of the three main trends of continental philosophy (see Table 1). I also suggest how, with the aid of some typical analytical devices, some continental 'anti-logical' attitudes may be corrected, on their own terms. (shrink)

A investigação que se segue tem como escopo evidenciar os motivos que permitem (re)posicionar a filosofia da alteridade de Emmanuel Levinas para além de sua então reconhecida vinculação à fenomenologia. Trata-se de situá-la, paradoxalmente, no rol de um pensamento de corte trágico graças à oposição ao romantismo do Idealismo da filosofia moderna. Entretanto, como o foco da reflexão do autor se volta explicitamente para a ética sui generis que brota da visceral relação/interpelação advinda do contato/Dizer de um Rosto humano que (...) não pode ser reduzido ao Logos, urge enfatizar, por um lado, certa aproximação de seu pensamento tanto da genealogia da moral em Nietzsche como da ética originária ontológica em Heidegger. Por outro lado, pretende-se apontar para certo distanciamento desse outro niilismo que se consolida em torno da ética da alteridade em relação ao pensamento dos referidos filósofos trágicos. Afinal, a ética do Rosto visa pensar outramente a transmutação de valores que já não tem como objeto a vontade de potência e/ou o cuidado da Existência pelo ser humano. Graças à radical (alter)ação da condição humana provocada pelo dizer da proximidade do Outro-próximo, desponta nesse cenário uma subjetividade que se caracteriza por uma autêntica maternagem e por uma substituição de outrem. Tendo-se, pois, em mente essas constatações, procurar-se-á descrever os traços indeléveis de certo niilismo disruptivo presente na gênese da filosofia trágica do Rosto do outro. Palavras-chave: Alteridade. Niilismo. Ética. Filosofia. Linguagem. (shrink)

A new idea of ‘contradictory Christology’ has been recently advanced by JC Beall (The contradictory Christ. Oxford University Press, Oxford, 2021a). This paper does not enter the debate whether Christ double nature instantiates a contradiction or does not. It aims to point out a possible view about the Christological problem similar to Beall’s view but more focused on the metaphysical consequences of admitting a treatment of the Christological paradox in dialetheic terms, as a case of ‘true contradiction’. In Beall’s account, (...) the glut-theoretic approach can improve the conception of logic presupposed in theological discussions, giving new suggestions for the development of an updated ‘logic of Christology’. I move in the other direction, exploring whether the philosophical reflection on Christology could give new insights for paraconsistency and the study of inconsistencies in general. More specifically, I claim that the idea of the unity of contradictories in Christ’s being both divine and human may give some support to the idea of conjunctive paraconsistency, whereby true conjunctions of contradictories do not admit of Simplification. After an introduction which presents the main argument, I summarize the theory of conjunctivism in paraconsistency, then I focus on the (pseudo) Athanasian Creed, wherein the two natures – one person principle is defended against monophysism. (shrink)

Claude Clerselier leitor da dúvida de René Descartes Resumo: Claude Clerselier foi amigo, correspondente, tradutor e editor de René Descartes, de quem publicou os três volumes da correspondência (Cartas do senhor Descartes), O homem e O mundo. Sua atividade de editor e tradutor foi sempre animada por um duplo desígnio : divulgar a filosofia de Descartes, construindo e veiculando, entretanto, a imagem mais ortodoxa possível do filósofo. Essa imagem de Cleserlier « vulgarizador » da filosofia de Descartes, que sempre o (...) fez o fiel discípulo que se esforça para não se distanciar do mestre cujos méritos celebra, merece em nossa opinião um aprofundamento. Uma análise atenta do Prefácio a’O homem mostra incontestavelmente que Clerselier não se limita a difundir e defender a filosofia cartesiana, mas também que dela é um intérprete escrupuloso. A passagem desse Prefácio no qual Clerserlier discute certos temas, centrais, da metafísica cartesiana, nos parece, com efeito, sugerir uma abordagem completamente diferente daquela de seu mestre. Palavras-chave: Descartes; Clerserlier; Correspondência; O homem; O mundo. Claude Clerselier, reader of the doubt of René Descartes Abstract: Claude Clerselier was a friend, correspondent, translator, and editor of René Descartes. He published three volumes of correspondence of Descartes (The Correspondence of René Descartes), Treatise of Man, and The World. His activity as editor and translator was always inspired by a dual purpose: disseminate the philosophy of Descartes, though through building and conveying the most orthodox image possible of the philosopher. This image of Clerselier as “popularizer” of Descartes’ philosophy, that always portrayed him as the faithful disciple who strives to never distance himself from the master whose merits he honors, is, in our opinion, worthy of deeper analysis. Close attention to the Preface of the Treatise of Man undeniably shows that Clerselier did not limit himself to disseminating and defending Cartesian philosophy but that he is also its scrupulous interpreter. The passage of this Preface in which Clerselier discusses determined themes central to Cartesian metaphysics effectively appears to suggest a completely different approach to that of his master. Keywords: Descartes; Clerselier; Correspondence; Treatise of Man; The World. Claude Clerselier lecteur du doute de René Descartes Résumé: Claude Clerselier fut ami, correspondant, traducteur et éditeur de René Descartes, dont il publia les trois volumes de la correspondance (Lettres de Monsieur Descartes), l’Homme et le Monde. Son activité d’éditeur et traducteur fut toujours animée d’un double dessein : divulguer la philosophie de Descartes tout en construisant et véhiculant, du philosophe, l’image la plus orthodoxe possible. Cette image de Clerselier ‘vulgarisateur’ de la philosophie de Descartes, qui a toujours fait de Clerselier le fidèle disciple qui se garde de s’éloigner de la doctrine du maître dont il célèbre les mérites, mérite à notre avis d’un approfondissement. Une analyse attentive de la Préface à l’Homme montre incontestablement que Clerselier ne se limite pas à diffuser et à défendre la philosophie cartésienne mais qu’il en est aussi un interprète scrupuleux. Le passage de cette Préface dans lequel Clerselier discute certains thèmes, centraux, de la métaphysique cartésienne, nous semble en effet suggérer une approche complètement différente de celle de son maître. Mots-clé: Descartes; Clerserlier; Correspondance; L'homme; Le Monde. (shrink)

Dan Arbib's book follows the numerous studies devoted, in the last twenty years, to the topic of the infinite in Descartes. For the first time, however, with Arbib's work, this question is addressed thematically.Its fundamental purpose is the demonstration of what Arbib calls an "induction a priori" : the Cartesian infinite belongs, and at the same time does not belong, to metaphysics as ontotheology. The verification of this hypothesis depends on a "non-negotiable condition" : the infinite belongs to metaphysics insofar (...) as it is subordinated to the ego, and for this reason is supremely representable. The infinite, indeed, arises along the metaphysical path of Duns Scotus that, in the... (shrink)

La raccolta di contributi analizza alcuni dei temi più significativi dell’opera dello psicologo e filosofo Paolo Bozzi.